Entenda a proposta para mudanças nas linhas de ônibus de SP

Prefeitura quer reduzir número de linhas e ampliar área de cobertura. Proposta tem causado dúvidas em quem utiliza os ônibus diariamente na cidade.

13 de Março de 2018
Entenda a proposta para mudanças nas linhas de ônibus de SP

A licitação do transporte público na cidade de São Paulo, cujo período de consulta pública termina nesta segunda-feira (5), tem causado dúvidas em quem utiliza os ônibus diariamente na capital paulista. A proposta atual da gestão João Doria (PSDB) é fazer os coletivos chegarem a mais lugares e ampliar o número de assentos nos ônibus. As mudanças, que incluem alterações de itinerários e unificação de rotas, porém, diminuirão em 149 o número de linhas que circulam pela cidade (veja lista de mudanças nos itinerários divulgados pela SPTrans em seu site oficial).

Confira abaixo o que se sabe sobre o tema:

As linhas de ônibus vão mudar?

Sim. São Paulo tem, hoje, 17 mil km de vias, dos quais 4.860 km contam com serviço de ônibus. Com a alteração dos itinerários, a previsão é que a cobertura suba para 5.100 km, segundo declarações do secretário de Transportes, Sérgio Avelleda, dadas em dezembro (veja as possíveis mudanças no site da SPTrans).

Quando serão feitas as mudanças?

Segundo a Prefeitura, as alterações que forem efetivamente implantadas começam a ser feitas após seis meses da contratação das novas empresas e serão concluídas em até três anos e serão comunicadas com antecedência de, pelo menos, 15 dias aos seus usuários.

Como as linhas serão divididas pela cidade?

A Prefeitura quer aumentar o número de contratos com empresas de ônibus, passando de 22 para 29. Isso ampliaria a área de cobertura, alcançando ruas e avenidas que antes não tinham coletivos. O número de linhas e de veículos operando, no entanto, deve cair.

A forma de distribuição das linhas também mudaria, com ônibus menores circulando dentro dos bairros, coletivos intermediários ligando os bairros aos corredores e ônibus maiores (como os articulados) operando em corredores.

Vai ter menos linhas de ônibus?

Sim. Apesar de parecer contraditório, a Prefeitura promete ampliar o atendimento à população diminuindo o número de linhas em circulação: de 1.336, a cidade passaria a ter 1.187 linhas, 149 a menos.

Ao todo, apenas 44 novas linhas serão criadas. Da rede atual, 260 linhas serão unificadas, 710 mantidas e 283 divididas ou alteradas.

E teremos mais ou menos ônibus circulando?

Segundo a proposta, São Paulo terá menos ônibus nas ruas. A gestão Doria afirma que vai tornar o serviço melhor, mesmo com uma quantidade menor de ônibus circulando nas ruas. A frota vai cair de 13.603 para 12.667 veículos, se a atual proposta for mantida.

Apesar disso, a Prefeitura afirma que o aumento do porte da frota irá ampliar a oferta média de lugares (assentos + pessoas em pé) por veículo, subindo de 66 atualmente para 90. A proposta quer ampliar o número de lugares em toda a frota de ônibus de 1,033 milhão para 1,135 milhão - um aumento de 10% no número de assentos.

A Prefeitura diz ainda que as viagens vão ficar até 5% mais rápidas.

A proposta de edital também prevê que o serviço Atende, do transporte de pessoas com necessidade especiais, passe a contar com 500 veículos. Atualmente são 428 disponíveis.

O que é a licitação?

A licitação vai escolher quais empresas prestarão os serviços de ônibus na cidade. A proposta inclui também a reformulação do desenho das linhas, a forma de remuneração das empresas (até o momento, a Prefeitura paga às companhias por passageiro transportado) e outras obrigações, como a renovação da frota.

Por que a licitação está sendo discutida agora?

A nova contratação vai mudar o atual serviço de ônibus, contratado em 2003, na gestão Marta Suplicy. Os acordos com as empresas venceram em 2013 e vêm sendo renovados anualmente em razão de problemas enfrentados pela administração para efetivar a nova contratação.

Quando o edital deve ser publicado e quando ele entra em vigor?

A reportagem entrou em contato com a SPTrans para saber qual é a previsão de publicação do texto final do edital, após análise das críticas e sugestões da consulta pública, mas não obteve resposta.

Uma vez licitada, a implantação será gradual, segundo a Secretaria de Municipal de Mobilidade e Transportes.

A licitação prevê que os novos contratos durem ao menos 15 anos.